Pular para o conteúdo principal

Imagens da Lembrança

Com imagens da infância comecei a lembrar, do tempo que eu era menina e comecei a chorar. Cai na caixa das lembranças, lembrei do teu olhar, verdes como esmeraldas, que saudade que dá.

Lembrei do tempo em que eu era menina, mas queria ser mulher.
Lembrei-me que pensava como menina, falava como menina, mas nem sempre agia como menina.
Hoje, sou mulher, com rosto de menina, deixei de pensar como menina e olho para trás.
O tempo passou, a vida mudou, mas o mundo continua o mesmo, ou melhor está cada vez pior, fugaz.
Jovens precoces, ideias e atos, cada vez avançam mais o sinal.

Mas, o fato hoje é outro. Quero apenas parar e lembrar que não é tarde para se sonhar.

Quero lembrar dos tempos das meninices, dos pega-pegas e esconde– escondes. Calma! Nessa época, pega-pegas , não passava de uma brincadeira de criança, tal como o passa-anel, a mãe da rua, a bugalha, as bolinhas de gude, as amarelinhas... meu Deus!!!
Será que as meninas de hoje se dão conta de como era bom, acho que não!

Mas como era bom, brincar de barro, ficar toda marrom.
Subir no muro, pular o portão.
Pena que o tempo voa e a brincadeira de criança que era coisa a toa, ficou para trás.

Ainda restam as lembranças dos tempos da velha infância, dos segredos guardados no coração. Me enganei, chorei, confiando em meu coração.

Lembranças que doem, o tempo não volta atrás.
Lágrimas caem. Ao escrever descubro que ainda posso reverter o tempo, mesmo que em palavras, soltando a imaginação.

Posso reverter o tempo, em que eu queria ser grande e me tornar mulher.
Hoje, sou uma mulher com rosto de menina e alma de mulher, que age como se quer.

As imagens da lembrança me fizeram recordar, do tempo do café-torrado no tacho, do pão sovado no braço e do bule de café.

Da água que vinha da mina, das vacas que eram presentes, quando nem mesmo se era gente, do trocado pro Suflair, das artes da meninice, dos gritos pela peraltices.

Com tanta tecnologia e corre corre para lá e para cá, me pego pensando que antigamente era tudo diferente, que dá vontade de voltar.

Voltar à casa de madeira, ao sofá de couro legítimo, ao pilão de socar café. Que vontade de chorar. Muitos partiram e não podem voltar.

Quem dera, hoje as meninas pudessem se valorizar. Valorizar as chatices que as mães querem passar. Deixar que a caretice, mesmo sendo uma chatice, volte a imperar.

Valorizar as cores, para não haver dissabores, muito menos desamores.

Hoje, lembrei da velha infância, das brincadeiras dos tios, das broncas dos avós, das correções dos pais.
Tempo bom não volta mais, mas as lembranças ficam e podem virar versos para ficar para trás.

Kalinka Amorim
Para recordar
20/02/2009
00h20

Comentários

Gi Olliotti disse…
Lindoooo texto Kali...
Consegui me sentir livre, noutro lugar...Suas palavras me fizeram recordam também coisas boas que não voltam mais.
O tempo de menina que tudo era mais simples, mais divertido, mais puro!
Parabéns!
Beijão, Deus te abençoe!
Gi Olliotti disse…
Lindoooo texto Kali...
Consegui me sentir livre, noutro lugar...Suas palavras me fizeram recordar também coisas boas que não voltam mais.
O tempo de menina que tudo era mais simples, mais divertido, mais puro!
Parabéns!
Beijão, Deus te abençoe!

Postagens mais visitadas deste blog

Direito e Defeito

Entendi que nada no mundo é perfeito. Todos temos nossos defeitos. E pra que querer ser sempre perfeito, querer tudo direito. Direito de quê, direito pra quê? Direito a quê. Você se acha no direito de querer ser perfeito e não ter nenhum defeito? Quando se entende que nada é perfeito, se vive direito, se vive pra ser feito. Ser feito quase perfeito, porque perfeito, só UM há.

Páscoa, muito mais do que chocolates

Páscoa, Pessach em hebraico é uma festa israelita, apresentada no livro de Êxodo como a festa dos pães ázimos (sem fermento). A festa da páscoa, na antiguidade, consistia em um banquete onde um cordeiro, de um ano, era comido junto com os pães ázimos e ervas amargas. As pessoas comiam em pé e estavam sempre prontas para viagens. Utilizavam o sangue desse cordeiro para passar nas portas das casas dos judeus, de forma que o anjo da morte passasse direto e os seus primogênitos não sofressem com a morte. Essa festa nasceu durante a fuga dos judeus do Egito, onde eram mantidos como escravos. A primeira festa da Páscoa simbolizava a libertação de um povo mediante a ação de Deus. Os pães sem fermento e o fato de comerem em pé, demonstrava a pressa para a saída do Egito. O sangue nos umbrais indicava o acordo de Deus com Moisés de não matar nenhum primogênito judeu. Este foi o último sinal que Deus deu ao Faraó através de Moisés para que seu povo, o povo escolhido, fosse liberto da escravid...

Viver

Viver sofrer calar morrer Falar chorar instigar ofender Amar amar e não compreender Suportar animar considerar desfalecer Cantar cantar chorar esmorecer Amar amar amar e não compreender A vida, os fatos, o mundo, tudo tão perplexo Sonhar sorrir cantar ao amanhecer Explorar arraigar entoar colorir Suportar auxiliar amar compreender A vida, os fatos, o mundo Comtemplar atenuar conquistar surpreender Encontrar apaixonar não se conter Enamorar amar amar sofrer Pela vida, pelos fatos, pelo mundo